Movimento em Defesa do Rio Tinto vai demostrar "ineficácia" da Etar à câmara

Elementos do Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT) deslocam-se amanhã à Câmara de Gondomar para protestar contra a ETAR do Meiral, considerando que este equipamento faz parte do problema da poluição do rio.
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De acordo com Paulo Silva, do MDRT, afirmou que a "obsoleta" ETAR do Meiral, em Rio Tinto, "funciona muito mal", sendo visível que "a água do rio é apenas transparente até à ETAR".

Nesta deslocação até à autarquia, o MDRT vai levar duas amostras de água que demonstram essa diferença de transparência da água, retirada a montante e a jusante da estação de tratamento.

O objetivo será, disse, "mostrar que aquela estrutura tem problemas de projeto, nunca funcionou bem e não faz sentido que o rio Tinto seja o efluente da ETAR".

O MDRT pretende ainda criticar o investimento superior a 4,5 milhões de euros que será feito em obras de remodelação daquela ETAR, afirmando que "serão claramente mais um remendo e não solução para o rio".

A Águas de Gondomar anunciou em dezembro a abertura de um concurso público para a empreitada de conceção/construção da remodelação da ETAR de Rio Tinto, com um preço base para o concurso de 4,75 milhões de euros. Para Paulo Silva, sendo o Tinto "um rio de baixo caudal, é um erro crasso continuar a usá-lo para esta ETAR".

"Esta obra não vai resolver o problema, é apenas um remendo", disse, acrescentando que a estação de tratamento está desadequada ao contexto em que se insere.

No seu entender, durante o verão, o Tinto não tem capacidade de recuperação de caudal, sendo que no parque Ocidental do Porto o rio será apenas o esgoto da ETAR.

Na visita à autarquia, além das amostras, a delegação do movimento levará consigo um documento traduzindo as suas preocupações e sugestões sobre esta matéria.

O MDRT recorda um estudo da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Norte, que "premiou o rio Tinto com o título de pior massa de água de toda a região hidrográfica do Douro".

"O Tinto chega mesmo a ser referido como a única massa de água de toda a região classificada com o estado final de 'mau'", sublinha o movimento, salientando ainda que, de acordo com o mesmo estudo, o rio "apresenta um estado químico 'insuficiente' por incumprimento dos níveis de Níquel".

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